[dez/2013]
esse foi o ano em que eu.
comprei meu primeiro colchão. em que voltei a viver com malas.
em que deixei coisas pra trás. em que trouxe sentimentos comigo.
que voltei a sentir saudades.
o ano em que vivi mais junto e mais separado, com metade de mim pra lá.
o ano em que passei a amar mais ainda os pernambucanos, e ter a certeza de que as relações especiais surgem e duram, que os colegas e chefes se tornam grandes amigos.
o ano em que aprendi a pintar meu olho. e o poder da maquiagem.
que eu compartilhei a vida com alguém, mais especial do mundo.
que venci a batalha dos tapetes.
o ano em que eu pintei minhas unhas do pé de vermelho pela primeira (e única) vez. e comprei um batom vermelho, que não sei usar.
em que eu engoli sapo, que tentei entender as criticas, que aceitei.
o ano em que eu comecei a desejar “saúde”no aniversario das pessoas, de coração.
que entendi por que dizem “boa viagem” principalmente antes de entrar num avião.
o ano em que tive medos. que tenho medo. de perder, de sumir. de repente não acho mais que tudo seja o agora. tanto já foi, e há muito por vir.
o ano em que eu aprendi a usar sapatilhas. e as xingo muito.
que não reconheço meu perfil nas fotos. que entendi que a ausência de proteína prejudica a formação de músculos.
o ano em entendi que criança é presença. que avós são convivência e histórias.
em que passei a tentar escolher quais discussões comprar, mas ainda assim sou uma péssima investidora.
aprendi o por que de se planejar uma conversa, traçar cenários e elaborar diálogos.
um ano de cervejas boas, de amizades-arvore e amizades-
semente.
o ano em que me livrei de medos. que soube que tudo vai dar certo. e que meus pais não são infalíveis. que esforço e conquista não são parentes.
o ano em que entendi o trajeto da musica, do coração, me emocionei muito.
o ano em que fui recebida na casa de pessoas amadas. que contei com o outro. que respirei fundo.
esse foi o ano em que matei a saudades de comida vietnamita.
que fiz yoga uma vez por mês.
o ano em que mais andei de bicicleta, e ainda assim, tão pouco.
que ganhei uma massagem incrível de surpresa e presente.
que comprei meu primeiro esmalte.
que busquei apartamentos. que visitei, que aprendi a procurar. que não achei.
o ano em que, inteiro, compartilhei casa, que discuti sobre panelas, louças e cabelos.
o ano que termino com menos casa, menos coisa, e que me faz falta.
o ano em que cozinhei mais, que me firmei como organizadora.
o ano em que ficou estranho algo que me era tão confortável.
o ano em que acampamos em ilha deserta, que conheci Olinda, que curtimos carnaval como adolescentes. o ano em que conheci londres, que reencontrei Corinne e Jan, que especiais.
o ano em que eu passei a decidir voltar 1 dia antes de acabar as férias. e ainda julgo essa pessoa.
o ano em que me vi mais longe de algumas das meninas do colegio, mas que as amo mais profundamente. o ano em que me apeguei mais e sinto mais falta. um ano de valorizar.
o ano em que não senti patinar por aí, mas andei bem.
e agora quero aproveitar o cedo das manhãs, essa desconhecida pra mim.