e por que gosto do texto justificado, gosto de um bloco, confuso por dentro, desordenado, sem sentido, sem explicação, sem separação, gosto de virgulas, de letra minúscula, de repetição, de riqueza de palavras, de um monte delas, delas. simplesmente, delas. e não gosto de títulos, de começos marcados, previsíveis, de finais, e assim gosto dos filmes, e gosto da desordem, e da lista, e da clareza, tão óbvia, que existe na confusão, como aqui, em hanoi, os olhares, no caos, dizem mais que a poesia, na folha, o seco, mais que a água, e o barulho, bem mais que o silêncio, e quero um livro, e gosto de escrever pras pessoas, cartas, e por que não livros, e o amor… amo o amor, amar a vida, as pessoas, as relações, os momentos, os sorrisos, os beijos, as musicas, os abraços. amar as saudades, amar os sentimentos, amar o coração, amar a existência. amar as possibilidades, ainda não as decisões. amar os passos, os embaraços, os tropeços, amar as letras, melodias, amar imagens, fotografia, mensagens, amar arte, jazz, amar cinemas, amar o ar, amar o verde, amar a cama, amar na cama, na rua, no trilho, no sofá, no corredor, na escada, na moto, na porta, na casa, no chão, tão longe, na praia, no rio, no sono, na pedra, no mar, na barraca, no claro, no escuro, na surpresa, na espera, na imaginação, na areia, na toca, na ilha, no lençol branco, com as mãos, com o toque, olhando a vista, andando na ponte, só com os olhos, na saída do trem, na neve, no quarto entre garrafas, no colchão sem lençol, no frio, com blusa roxa no rosto, com lágrimas nos olhos, olhando a neve pela janela, no deserto, no seco, no desconhecido, na poesia, enquanto durmo, no olhar, na flor, no abraço, no beijo, no momento anterior, no colchão no corredor, acordando, quinto andar, amar a lembrança, do início do amor, do inicio do amar, até a flor, amar no tchau, no elevador, no cabelo, na cama com cheiro, com suor, com gelo, com concha, com acordar, com pastel, e caldo de cana, amar com amigo, com intimidade, na beira, com brincadeira, com risada, com amor, com história, com carinho, com bem estar, com segurança, com realização de conto, de amor antigo, com tranquilidade, com ênfase, com pressa, com calma, com muita calma, com muita pressa, intensidade, com descontrole, com segredo, com abraço, e caixa d'agua, e porta, e pernas, e riscos e arriscos e petiscos e tenho que ir, barbatuques, agora jazz. e a saudade da ginga, amei o olhar, o sorriso, o dançar. e olhei e amei. e sorri e dancei. e o que é o amor se não o momento. a entrega, de inteiro, de completo, de beijo, de abraço, de mãos, de carinho, de passos e compassos, e formas, e cheiros, e sentidos, todos, e o calor e o frio, e tudo, e no meio, porque já. só o agora. lábios. contrastes, cores. suspiros.
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12 years ago
2 comments:
~gosto muito, da leveza, da forma, do fundo, do conteúdo, da mensagem, da expressão, da comunicação, como colocas em mordidas de palavras sentimentos tão puros e impuros e improváveis e palpáveis...
esse sim é aquaplanagem, parce que c'est souple, c'est adorable, c'est fluide, c'est de l'eau qui nous échappe aux mains...
quanto mais te conheço mais te gosto, gostei de ler-te querida amiga, pensas muito parecido comigo, nesse embrulho, nesse casulo, nesse mundo interno que é terno e inferno ao mesmo tempo mas aquece e como aquece...
me incentivou, me tocou, me retocou e me fez sentir, em palavras e vírgulas, sobretudo esse fôlego de vírgulas, a cada vez retomado...
e agoras as reticências, os pontos que não pontuam, que suspendem o sopro que as vírgulas cortam.
Ah, é um texto a caminho sobre o sensório-sensitivo da escrita!
à bientôt!
Coisa mais linda e gostosa de se ler! Envolvente, leve e forte ao mesmot tempo. Adorei este amor visto por todos os lados e pontos de vista. Go on, Camilla! Grande beijo.
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